Quando a vida parece perfeita, mas o coração sabe a verdade

 



Pare para pensar: a sua vida, para quem vê de fora, é impecável? Você tem um bom emprego, relacionamentos que funcionam e todas as caixas de uma vida bem-sucedida parecem preenchidas. Você sorri para as fotos, posta momentos felizes nas redes sociais e até se convence de que tudo está exatamente como deveria ser.


Mas aí, o silêncio chega. E, nesse silêncio, uma voz interna insiste em fazer a pergunta que você mais teme: "e se a perfeição que eu criei for, na verdade, uma gaiola?"


É uma sensação estranha, essa de se sentir vazio no meio de tanta "plenitude". A gente se prende a uma imagem que construiu, e o medo de quebrar essa fachada é tão grande que a gente se recusa a ouvir quem realmente se importa. Amigos, familiares, e até aquela intuição que tenta nos alertar, tudo se torna um ruído. A gente se protege atrás de uma barreira de "estou bem", mas essa parede nos impede de sentir. E, no fim das contas, nos impede de escutar.


O emocional, quando está machucado, não grita. Ele se cala, e com ele, a nossa capacidade de escuta. A gente se perde em uma névoa de autossuficiência, acreditando que a única opinião que importa é a nossa. Nossas escolhas diárias, então, não são mais tomadas com o coração, mas com o piloto automático do que a sociedade espera de nós.


E o que acontece quando a gente não se escuta e não escuta os outros? A gente toma decisões que parecem lógicas, mas que no fundo, nos afastam da nossa verdadeira felicidade. Escolhemos o caminho mais seguro em vez do mais verdadeiro. Mantemos relacionamentos vazios porque a ideia de solidão nos assusta. Continuamos em empregos que sugam nossa alma porque a estabilidade nos dá uma falsa sensação de segurança.


A boa notícia é que não precisa ser assim. A verdadeira coragem não está em fingir que está tudo bem. Ela está em admitir, primeiro para si mesmo, que algo precisa mudar.


O primeiro passo é simples, mas não é fácil: retire a armadura. Deixe de lado a necessidade de provar que você é forte o tempo todo. Permita-se sentir. Permita-se a vulnerabilidade de não ter todas as respostas. E, acima de tudo, comece a ouvir. A ouvir a sua própria voz interior, que há tanto tempo foi silenciada. E a ouvir as pessoas que, com amor, estão tentando te mostrar um caminho diferente.


Pode ser que a vida perfeita que você construiu desmorone um pouco, mas, no lugar dela, algo genuíno e sólido pode começar a crescer. E essa nova vida, mesmo com suas imperfeições, será a sua de verdade. Aquela em que você não apenas parece feliz, mas realmente é.


Por Carla Cavalcante


Nenhum comentário:

Postar um comentário

@templatesyard