O amor, por vezes, se manifesta de formas sutis, em encontros que a mente consciente nem sempre registra. São aqueles momentos fugazes, olhares trocados em meio à multidão, sorrisos que se cruzam no café da manhã, ou conversas que se estendem pela noite adentro. Instantes que parecem insignificantes, mas que, no fundo, plantam sementes de afeto em nosso inconsciente.
É como se a alma reconhecesse algo familiar, uma conexão que transcende a lógica e a razão. Sentimos uma leveza inexplicável, uma sensação de conforto e familiaridade, mesmo diante de um estranho. As palavras fluem com naturalidade, os silêncios não incomodam, e o tempo parece desacelerar.
Não há declarações grandiosas ou promessas eternas. Apenas a presença genuína do outro, a troca de energias que se harmonizam. O amor, nesse estado inconsciente, se revela em pequenos gestos, em detalhes que escapam à percepção imediata.
Com o tempo, essas sementes de afeto começam a brotar, revelando um sentimento que já se enraizou em nosso ser. Percebemos que a lembrança daquele encontro casual nos traz um sorriso, que a voz daquela pessoa nos acalma, e que a sua presença nos completa.
O amor inconsciente é um presente da vida, uma descoberta gradual que nos surpreende e nos encanta. Ele nos mostra que o amor não precisa de rótulos ou definições, que ele pode florescer nos lugares mais inesperados, e que a alma sempre reconhece aqueles que a fazem vibrar.
Texto: Carla Cavalcante
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